O que pudemos fazer pela saúde bio-psico-social do adolescente durante a pandemia?
Durante a 4ª semana de isolamento ocasionada pela pandemia de Coronavírus, em abril de 2020, dei uma entrevista para a jornalista @Dayane Santos sobre os cuidados necessários com os adolescentes. Naquele momento estávamos todos ainda muito confusos e assustados diante da catástrofe que se anunciava e não sabíamos quando e como se configuraria o cenário pós-pandemia, mas eu já refletia que para o universo do adolescente era fundamental garantir estratégias de relacionamento entre pares e o despertar dos sentimentos de solidariedade e enfrentamento comunitário como formas de amenizar os danos que a impotência, a contenção física, a desesperança e a revolta fatalmente trariam.
Ao retornarmos para a escola, em algumas instituições já no 2º semestre de 2021 e em outras somente em 2022, colhemos os resultados. Imaturidade social e afetiva, intolerância à frustração, hipersensibilidade emotiva, ansiedade, depressão, lacunas gigantes de repertório acadêmico, privação material extrema para muitos, luto e uma grande desesperança no futuro. Novamente acredito que é pela relação social solidária, responsável, pelo desenvolvimento do sentimento e prática da alteridade, pela curiosidade pelo mundo e pela fé no futuro que poderemos propiciar à essa geração ferramentas para que caminhem no sentido de uma sociedade mais humanista, comprometida com o meio ambiente e responsável por suas escolhas e colheitas.https://www.youtube.com/watch?v=bgQZqVuRxRA